5 de novembro de 2011

Não lembrar de sonhos


“Os sonhos não nos protegem das vicissitudes, doenças e eventos dolorosos da existência. Mas eles nos fornecem uma linha mestra de como lidar com esses aspectos, como encontrar um sentido em nossas vidas, como cumprir nosso próprio destino, como seguir nossa própria estrela, por assim dizer, a fim de realizar o potencial de vida que há em nós.”
“A maioria das pessoas que entrevistamos na rua afirma não se lembrar dos próprios sonhos. Um rapaz, bem humorado, disse: “A única coisa que me lembro dos sonhos é que não consigo lembrar deles.” Por que as pessoas não se lembram dos próprios sonhos?
Acho que é porque não prestam atenção. Algumas pessoas que me procuraram já disseram coisa do tipo: “A senhora analisa as pessoas através dos sonhos, não é? Bem, comigo não vai dar certo porque nunca sonho” Dou um sorriso amarelo e digo: “Tudo bem, vamos ver.” Na noite seguinte eles devem ficar remoendo: “Será que vou sonhar?”  Muitas vezes, o simples fato de colocar a questão provoca um sonho. Assim, na verdade, nunca encontrei alguém que não sonhasse. Salvo, às vezes, pessoas num estado de depressão muito forte, que ficam com o que chamo de constipação onírica. Pessoas assim sonham pouco e costumam sentir-se melhor quando começam a sonhar. Os sonhos também rareiam na velhice, após os 80 anos, mas eles reaparecem um pouco antes da morte.”
Essas são citações de Marie Louise em seu livro O Caminho dos Sonhos.

29 de outubro de 2011

Sonhos = perseguição de animais


Marie Louise, em seu livro O Caminho dos Sonhos contou:
Lembro-me de um homem talentoso na escrita, que devia escrever sua tese para o Instituto Jung de Zurique. Ele sonhava que animais poderosos o perseguiam, o que eu interpretava como sua criatividade querendo atingi-lo. Mas ele não a aceitava. Ele sustentava tratar-se de sexualidade. Ora, na realidade ele tinha uma namorada e uma vida sexual satisfatória, portanto eu não acreditava em sua interpretação. Mas ele não queria e não conseguia escrever, até sonhar que estava sendo perseguido por um touro. Ele corria e o touro vinha atrás, cada vez mais perto, até finalmente saltar uma cerca. O touro parou e se levantou sobre as patas traseiras. O sonhador olhou para trás e viu o pênis ereto do touro, que era uma caneta esferográfica. Aí ele disse: “Tudo bem, está certo.” Então ele escreveu uma tese excelente.
De modo geral, se algo nos sonhos nos persegue, é porque quer chegar até nós. Mas nosso medo lhe confere uma aparência maléfica. Se formos capazes  de encarar esse lado da nossa natureza e aceita-lo, provavelmente ele se tornará mais benevolente. É claro que todas as regras de interpretação de sonhos são paradoxais. Às vezes somos perseguidos num sonho por poderes do inconsciente dos quais é correto fugir. Na psique há tendências destrutivas que devemos evitar. Mas 80% do que nos persegue em sonhos é, na verdade, algum aspecto valioso da nossa personalidade que deveria ser integrado.

22 de outubro de 2011

Sonho - excesso de trabalho


Uma executiva sonhou: “Eu estava com um colega de trabalho caminhando por uma avenida, quando de repente apareceram alguns homens e nos raptaram. Ficamos presos num lugar escuro, sabíamos que estávamos sendo bem remunerados por ficarmos ali, mas queríamos sair e não conseguimos.”
Esse é um tema comum nos sonhos da mulher moderna. Essa força que tem aprisionado a mulher, geralmente, é o seu lado masculino exigente, que a leva a ser uma profissional eficiente, mas também a faz viver em função, quase que exclusiva, do seu trabalho e sentir-se exausta, culpada por não ter tempo para investir em sua vida pessoal. Esse alto nível de exigência é uma força que vive na psique feminina, mas também tem sido alimentada por empresas e instituições que exigem dos funcionários que “vistam a camiseta” e dediquem-se exclusivamente ao trabalho.
Em 2008, Plutão entrou no signo de Capricórnio. Capricórnio é um símbolo da energia masculina voltada para o trabalho, o senso de responsabilidade e dever. Acredito que entramos num período (até 2023), no qual é necessário revermos nossa relação com o trabalho, que empresas e grandes instituições comecem a preocupar-se com o desgaste humano, o estresse e a correlação entre bem-estar psicológico e produtividade.

15 de outubro de 2011

Plutão nos signos


Na dança cósmica, aos olhos da Terra, os planetas distantes do Sol são lentos.  Plutão, por exemplo, fica no mínimo uma década no mesmo signo, por isso o significado simbólico de sua presença num signo não indica apenas características pessoais e sim a energia coletiva do momento. Assim, como Plutão representa transformações profundas, o signo onde ele encontra-se mostra, simbolicamente, qual é a “área” da sociedade  que sofrerá transformações importantes.
Por exemplo, Libra representa o princípio feminino, o relacionamento amoroso, o casamento. Em 1971, Plutão entrou em Libra e saiu em 1984. Esse foi o período em que o movimento feminista estava em pleno vapor, o que levou a modificações profundas no papel da mulher na sociedade. No Brasil, a lei do divórcio foi aprovada e o casamento deixou de ser apenas um contrato social, para tornar-se uma opção entre duas pessoas.
Lembro-me que na época os astrólogos temiam a entrada de Plutão em Escorpião, que iria acontecer em 1984 e sair em 1995; muitos previam grandes catástrofes e até mesmo a Terceira Guerra Mundial. O que ninguém imaginava é que a grande transformação seria a queda do muro de Berlim, com o fim da terrível Guerra Fria.

8 de outubro de 2011

Plutão


Na mitologia grega, quando a pessoa morria ela ia para o submundo, lá era recebida por Plutão e ele indicava a região em que o morto iria ficar. Ele era o deus soberano do submundo. Por reinar no mundo subterrâneo, Plutão indica a necessidade de entrar em contato com as camadas profundas da psique humana; por receber os mortos, a capacidade de transformação; e por ser o Soberano, a ânsia de poder, a vontade de ter o controle em suas próprias mãos.
Na Astrologia, Plutão rege o signo de Escorpião e seu significado simbólico é semelhante ao mito. Gleide era do signo de Escorpião e essa energia plutônica é visível em seu processo: ela desejava ter o controle da vida de seus entes queridos; depois transformou-se penetrando em camadas profundas de sua psique, participando de diversos processos de autoconhecimento e reconhecendo seu próprio poder.

1 de outubro de 2011

Sonho - Lobo


O tempo passou e Gleide contou o seguinte sonho:
“Eu e um lobo estávamos caminhando por uma rua de terra, chegamos numa choupana. Quando entrei na choupana vi que era um palacete. Vi um porta jóias, o abri e vi um anel de brilhante. Perguntei qual era o significado disto, uma voz respondeu: é a dignidade.”
O simbolismo do lobo foi ricamente explorado por Clarissa Pínkola, em seu livro As Mulheres que correm com os lobos. Ele é um símbolo da força e do poder.
O sonho de Gleide indicava que no caminho de reconhecimento do seu próprio poder, ela acreditava que havia conquistado muito pouco (chegou numa choupana), mas, na verdade, sua vida havia ficado mais rica (era um palacete). E, realmente, Gleide estava mais espontânea, estava criando uma relação mais amorosa com seus familiares e amigos, e, principalmente, estava restaurando sua dignidade, tão danificada por uma sociedade preconceituosa.

24 de setembro de 2011

Sonhos - Crítica


Gleide contou o seguinte sonho: “Era noite escura. Eu caminhava por uma rua estreita. O caminho ia estreitando-se cada vez mais. Eu tive que arrastar-me para conseguir passar. Uma voz falou que este caminho era a Crítica. Sei que sai do outro lado, mas não vi nitidamente onde cheguei. Ouvi cantos de pássaros.”
O irmão de Gleide havia sido demitido, e ela, como sempre, não parava de criticá-lo por ser irresponsável. Ela vivia preocupada com os sobrinhos, pressionando-os para estudarem. Ela acreditava que “pegar no pé deles” era a melhor forma de ajudá-los a superar a pobreza.
O sonho dizia que o excesso de Crítica era um caminho muito estreito, isto é, restringia suas potencialidades e possibilidades de encontrar novos rumos para a sua vida. No final do sonho ela escapa e ouve cantos de pássaros, indicando que ela era capaz de mudar de atitude perante a vida.

17 de setembro de 2011

Sonho - guerra


Gleide sonhou que estava numa guerra; um amigo a puxou para ela esconder-se. Militares passaram bem perto dela, mas não a mataram.
A vida de Gleide sempre fora uma guerra: nasceu num bairro pobre, onde o perigo da violência estava sempre presente, teve que lutar contra a miséria e principalmente contra o preconceito por ser mulher e mulata. Assim ela vestiu uma armadura para enfrentar o campo de batalha. Mas, no sonho ela sente-se perdida, precisa da ajuda de um amigo para esconder-se, indicando que por trás da máscara de grande profissional havia uma menina desorientada, precisando de ajuda para escapar das armadilhas que a vida lhe impôs.
Nesse processo, ela corria o perigo de militares a matarem, o que simbolicamente representava o perigo dela tornar-se uma pessoa inflexível e rígida. E, realmente, ela era séria demais para dar uma risada. Precisava soltar-se e enxergar o valor das tolices, começar a rir de suas próprias dificuldades, aprender a desfrutar as coisas simples e apenas acompanhar o fluxo da vida.

10 de setembro de 2011

Sonhos - serpente


O segundo sonho de Gleide foi o seguinte: “Eu estava preparando um grande evento. Vi um poço, olhei dentro dele e vi uma serpente imensa. Fiquei apavorada. Contei para o meu tio e ele controlou a serpente com tranqüilidade.”
A serpente lembra um falo e também está associada a terra, sendo assim é um símbolo do masculino e do feminino.
O sonho indicava que Gleide precisava encarar seu poder masculino, incorporar seu papel de gerente, aprender a lidar com as intrigas de poder na empresa e também desenvolver sua feminilidade. Uma tarefa nada fácil, pois Gleide era filha de mãe solteira; na ausência do pai, sua mãe foi obrigada a assumir o papel masculino e Gleide não tinha nela um modelo feminino.
Gleide também teve de desempenhar um papel masculino, começando a trabalhar aos 15 anos, investindo nos seus estudos, e isto salvou sua vida, tirando-a da miséria, da mesma maneira que, no sonho, o tio a salvou da serpente.
A questão era que Gleide estava distante de seus sentimentos e instintos femininos, fazia do trabalho sua “única” fonte de realização. 

3 de setembro de 2011

Sonhos - carro


Gleide, 50 anos, procurou-me porque havia sido pro movida a gerente e queria desenvolver sua capacidade de liderança.
Vestida com um terninho marrom, quase da mesma cor de sua pele, dava-me a impressão de querer ser invisível e sua postura a de estar vestida com uma armadura.
Nas sessões seguintes ficou claro o seu desejo de controlar, na tentativa de tornar sua vida mais segura. Junto com o controle, no entanto, vinha uma dose exagerada de responsabilidades, deveres e a sensação de exaustão.
Essa necessidade de controle era devido ao medo do irracional e portanto, o eliminava tanto quanto possível de sua vida. O irracional era associado com o tornar-se alcoólatra e irresponsável, como acontecera com seu único irmão. Com isto, ela se sentia alienada da espontaneidade e do inesperado, que são, justamente, os elementos que dão sabor e encanto à vida.
O seu primeiro sonho foi o seguinte: “Estava procurando o meu carro e não conseguia encontrá-lo. Eu não tinha certeza se alguém havia roubado, ou se eu não lembrava onde havia estacionado. Cheguei em frente a casa onde eu morava na minha infância e vi que a casa havia sido demolida, só havia o terreno. Fiquei contente, porque assim eu poderia construir uma nova casa da minha maneira”.
O sonho era promissor. Ela estava procurando seu carro, isto é, uma maneira de dirigir sua própria vida. No processo ela teria de despedir-se do seu passado, período mais difícil de sua vida, e reconstruir sua história.

9 de julho de 2011

Intuição x Percepção

É difícil identificar qual a nossa função principal, aquela que nos mostra como lidamos com a vida, como resolvemos nossos problemas, pois ninguém é um tipo puro.

Jung, por exemplo, era um intuitivo introvertido, trabalhava com os símbolos, o material do inconsciente. Ele poderia ser um xamã ou um monge, mas sua função auxiliar era o pensamento, o que fez dele um médico, um estudioso do inconsciente.

Todos nós, como Jung, temos uma função principal e uma auxiliar.

Outro exemplo é Salvador Dali. Ele era introvertido como Jung e ambos trabalhavam com material do inconsciente e símbolos, mas sua função principal era a percepção, oposta a do Jung, assim a maneira como lidavam com o mundo inconsciente era diferente. Dali trabalhava com esse material de forma visual, pintando em seus quadros, com uma riqueza impressionante de detalhes, imagens de sonhos e surrealistas, enquanto que Jung trabalhava de uma forma mental.

2 de julho de 2011

Pensamento x Sentimento

Paulo, 40 anos, professor universitário, sente a sala de aula como sendo sua casa, seu instrumento de trabalho e fonte de lazer é a leitura. Ele quando está num evento social, não acadêmico, sente-se um peixe fora d’agua e esconde-se atrás de um copo de uísque. A função superior de Paulo é pensamento introvertido, aquele que reage ao mundo através das idéias abstratas. Ele casou-se com Marisa, uma mulher cuja função superior é o sentimento extrovertido, função oposta a dele.

Marisa, 35 anos, é promotora de eventos. Ela quando está numa festa, ou em qualquer evento social, sente que está em seu habitat natural.

O início do casamento não foi fácil. Ela o acusava de ser um bicho do mato e de querer prendê-la em casa; ele a acusava de não aceita-lo tal como ele era. Com o passar do tempo conseguiram compreender que eram apenas duas pessoas diferentes. Resolveram morar em apartamentos separados no mesmo prédio, assim, ele podia ler os seus livros com tranqüilidade e ela receber seus amigos com maior freqüência.

25 de junho de 2011

Tipo Percepção

O tipo percepção é aquele que sente e relaciona-se com o mundo em sua volta de uma maneira pratica. Ele observa todas as coisas, cheira tudo e, ao entrar num lugar, percebe quase que imediatamente quantas pessoas estão presentes. Além disso, ele nota se a senhora fulano de tal estava lá e o que estava vestindo. Ele é um mestre em perceber detalhes.

É por isso que esse tipo é encontrado entre bons cientistas, engenheiros e em atividades que exigem observação atenta da realidade objetiva.

O ponto fraco do tipo percepção é a intuição, ele tem dificuldade em enxergar o todo e considera aquilo que vem da intuição como sendo loucas fantasias, imaginação completamente idiota, algo que não tem nada a ver com a realidade.

Tipo Percepção

O tipo percepção é aquele que sente e relaciona-se com o mundo em sua volta de uma maneira pratica. Ele observa todas as coisas, cheira tudo e, ao entrar num lugar, percebe quase que imediatamente quantas pessoas estão presentes. Além disso, ele nota se a senhora fulano de tal estava lá e o que estava vestindo. Ele é um mestre em perceber detalhes.

É por isso que esse tipo é encontrado entre bons cientistas, engenheiros e em atividades que exigem observação atenta da realidade objetiva.

O ponto fraco do tipo percepção é a intuição, ele tem dificuldade em enxergar o todo e considera aquilo que vem da intuição como sendo loucas fantasias, imaginação completamente idiota, algo que não tem nada a ver com a realidade.O tipo percepção é aquele que sente e relaciona-se com o mundo em sua volta de uma maneira pratica. Ele observa todas as coisas, cheira tudo e, ao entrar num lugar, percebe quase que imediatamente quantas pessoas estão presentes. Além disso, ele nota se a senhora fulano de tal estava lá e o que estava vestindo. Ele é um mestre em perceber detalhes.

É por isso que esse tipo é encontrado entre bons cientistas, engenheiros e em atividades que exigem observação atenta da realidade objetiva.

O ponto fraco do tipo percepção é a intuição, ele tem dificuldade em enxergar o todo e considera aquilo que vem da intuição como sendo loucas fantasias, imaginação completamente idiota, algo que não tem nada a ver com a realidade.

18 de junho de 2011

Tipo Intuitivo

O tipo intuitivo é aquele que tem a capacidade de pressentir o futuro, fazendo premonições, reconhecendo novos potenciais.

Com muita freqüência, esse tipo, principalmente extrovertido, é encontrado entre homens de negócios. São empresários que tem a audácia de produzir e comercializar novas invenções. Os encontramos entre jornalistas e editores: aqueles que sabem o que será popular no ano que vem. Apresentarão algo que ainda não está na moda, mas que em breve estará: eles serão os primeiros a pô-lo no mercado. Os corretores de valores também têm uma certa habilidade em prever a alta de determinada ação, se o mercado estará em alta ou em baixa, e ganham dinheiro a partir disso.

O tipo intuitivo introvertido tem a sua intuição voltada para dentro e é visto entre profetas, videntes, astrólogos, xamãs, psicólogos junguianos, isotéricos, etc.

O ponto fraco do tipo intuitivo é a percepção, assim tem dificuldades em perceber as necessidades do corpo, a não cuidar dele e de suas necessidades físicas: ele simplesmente não sabe ou não percebe quando está cansado ou com fome. Ele é capaz de vestir uma roupa do lado avesso e nem perceber.

11 de junho de 2011

Tipo Sentimento

O tipo sentimento é aquele que é capaz de avaliar os lados positivos e negativos das pessoas e situações. Relaciona-se muito facilmente, porque não tem muitas ilusões sobre as pessoas, sabe que elas são o que são e não o que gostaria que elas fossem.

Geralmente esse tipo tem muito bom gosto na escolha de companheiros e amigos, mas é um pouco convencional. Não se arrisca a escolher alguém muito fora do comum; quer permanecer numa estrutura socialmente aceitável.

Normalmente é um indivíduo ponderado, que se envolve amavelmente com o mundo e consegue o que quer com uma certa facilidade. Leva os que estão à sua volta a se sentirem maravilhosos e sabe criar um ambiente social agradável.

O ponto fraco do tipo sentimento é a função pensamento, não gosta de pensar nos fatos reais e nem em idéias abstratas. Ele evita pensar em questões mais profundas, por acreditar que se fizer isto ficará deprimido.

4 de junho de 2011

Tipo Pensamento

Há quatro maneiras básicas do ser humano relacionar-se com o mundo que o cerca, as quais C.G.Jung chamou de funções psicológicas: pensamento, sentimento, intuição e percepção. Hoje comentarei sobre o tipo pensamento.

Ele é aquele que pensa e analisa a situação antes de agir, procura ordenar racionalmente os acontecimentos, baseando-se nos fatos ou nas idéias abstratas.

Normalmente, ele passa toda a sua vida resolvendo problemas, reorganizando empresas, elaborando projetos, desenvolvendo teses acadêmicas e expondo as coisas claramente.

Por exemplo, se um tipo pensamento resolve aprender a cozinhar, ele vai até a livraria e volta para casa com uma pilha de livros sobre arte culinária.

Dá para imaginar que o ponto fraco do tipo pensamento é reconhecer e expressar adequadamente seus sentimentos. Afinal a função oposta ao pensamento é o sentimento.

27 de maio de 2011

Relação Extrovertido e Introvertido

Uma pessoa extrovertida pode casar-se com uma introvertida e uma complementar a outra, mas também podem ocorrer conflitos. Por exemplo, um homem introvertido, num domingo, durante um encontro social, disse a sua esposa extrovertida: o que você acha de voltarmos para casa e descansarmos um pouco? Ela respondeu: mas nós já estamos descansando. Ele respirou fundo, pois descansar para ele era poder sentar num sofá, não pensar em nada, ver um bom filme ou ler um bom livro. Para ela descansar era participar do convívio social, ficar em casa sem fazer nada útil a fazia se sentir sozinha e a solidão para um extrovertido é algo extremamente temido.

Certa vez, uma mulher extrovertida brigou com o marido introvertido gritando: Eu cansei de ser viúva de marido vivo, de viajar, sair sozinha, enquanto você fica em casa vendo sua maldita televisão. Ele recrutou: E eu não agüento mais sua pressão para que eu fique andando de um lado para o outro feito barata tonta, eu trabalho a semana inteira, eu preciso descansar.

Se os casais percebessem que são de tipos psicológicos diferentes e respeitassem essas diferenças, os relacionamentos poderiam ser mais harmônicos.

20 de maio de 2011

Extrovertido - Introvertido

No meu trabalho, nos meus relacionamentos pessoais, percebo que muitos conflitos são gerados pelo fato das pessoas serem de tipos psicológicos diferentes. Foi Carl Gustav Jung que colocou que há dois tipos psicológicos básicos: o extrovertido e o introvertido.

O extrovertido vive em função de tudo aquilo que seu meio social espera dele; enquanto o introvertido vive em função de suas exigências interiores.

Por exemplo, uma pessoa extrovertida ao escolher uma carreira procura não ferir as expectativas dos pais, leva em consideração a remuneração e o status da profissão; enquanto o introvertido procura uma carreira na qual ele se identifica quanto pessoa, dando menos importância a aprovação dos outros. Neste sentido, os introvertidos podem deixar seus familiares com cabelos em pé quando chegam dizendo, por exemplo, que vão estudar filosofia.

Um extrovertido ao entrar numa festa já começa a conversar com várias pessoas; enquanto o introvertido procura por alguém conhecido, se não encontra, fica sozinho num canto até aproximar-se de alguém e termina a noite batendo um longo papo com uma mesma pessoa.

14 de maio de 2011

Uma história

Nos momentos mais difíceis da vida, aqueles nos quais a nossa fé em Deus é abalada a seguinte história vem na minha cabeça:

Moisés estava no deserto com seu servo Josué, que levava uma cesta com peixes para a refeição. Em determinado lugar o peixe desaparece, e Moisés diz que isso acontecera porque alguma coisa iria ocorrer. Subitamente Khidr surge. Ele deve ser o primeiro anjo, ou o primeiro servo de Alá. Ele é uma espécie de companheiro imortal que então acompanha Moisés por algum tempo, mas lhe diz que Moisés não iria conseguir suportar sua companhia e que duvidaria de suas ações. Moisés lhe assegura que terá confiança o bastante para seguirem juntos, mas fracassa. Eles chegam primeiro a uma vila onde há barcos na água e Khidr faz um buraco em cada um deles de modo que afundam. Moisés enfrenta Khidr perguntando-lhe como pode fazer uma coisa destas. Khidr diz que havia avisado antes que ele não entenderia. Khidr explica que os ladrões iriam roubar os barcos e que ele havia provocado uma tragédia menor, pois bastava agora que os pescadores consertassem os barcos que de outro modo teriam perdido irremediavelmente. Portanto Khidr estava lhe prestando uma ajuda, mas, Moisés, sendo tão ignorante, naturalmente não o havia compreendido. De novo Moisés prometeu confiar nele e não reagir. Mais tarde eles encontram um homem e Khidr o mata. De novo Moisés explode e lhe pergunta como pôde fazer isso. Khidr então explica que o homem estava indo assassinar os pais e que era melhor que morresse antes de cometer tal crime para assim conseguir salvar sua alma. Desta vez, Moisés tem realmente boa vontade em aceitar suas explicações. Porém, quando um terceiro evento similar acontece, quando Khidr causa o desmoronamento de um muro, apenas para descobrir o tesouro oculto de dois órfãos, Moisés se revolta de novo. Finalmente Khidr tem que deixa-lo.

7 de maio de 2011

Era de Aquário

No final dos anos 70 aprendi no curso de Astrologia, que o signo de Aquário é regido pelo planeta Urano e representa a liberdade, a independência, a energia nuclear, a tecnologia, a inovação, o espírito de equipe, o futuro, a comunicação e a união dos povos.

No início dos anos 80 vivíamos em plena ditadura no estado e no lar, assim eu interpretava Aquário como a necessidade de liberdade e independência.

Nessa época, as pessoas também estavam preocupadas com a Guerra Fria, me perguntavam se quando entrássemos na Era de Aquário iria estourar a Terceira Guerra Mundial. Eu dizia que Aquário significa o novo, o inesperado, por isso não poderíamos saber o que realmente iria acontecer, afinal o novo é o desconhecido.

O futuro chegou. Estamos na Era de Aquário. Vivemos um tremendo avanço tecnológico (nos anos 80 o celular e microcomputador eram coisas da ficção científica). Hoje, a comunicação e a união dos povos estão acontecendo através da Internet. Acredito que isto é apenas o começo, muita coisa nova ainda vai acontecer, torço para que a liberdade, os direitos humanos e a união dos povos sejam cada vez mais presentes.

30 de abril de 2011

Signo de Leão

O signo de Leão representa a energia que nos faz reconhecer “que eu sou eu”, a força do Ego. Mas, a pessoa pode ser leonina e sentir que tem um Ego fraco. Por exemplo:

Certa vez, olhei para a porta do meu consultório e vi um jovem negro, alto, forte, com porte leonino, ele entrou, sentou e me disse:

- Eu vim procurar você, porque fui num astrólogo e ele me disse que sou Leão, ascendente Áries, signos de fogo, portanto tenho muita energia, sou autoconfiante, com tendência a ser líder, e eu não sou nada disso, ao contrário, tenho medo de tudo, medo de errar, no trabalho precisam que digam o que eu devo fazer, senão eu fico perdido, tenho muito sono. Eu queria descobrir porque eu sou assim.

Eu respondi:

- O astrólogo tem razão, é muito estranho, mas fale mais sobre você, conte-me sua história.

No transcorrer do processo terapêutico ele contou que era filho de uma mãe leonina, solteira, que fazia o possível e o impossível para que ele não saísse debaixo de suas saias.

Olhei o mapa astral e mostrei a ele que a Lua estava no signo de Escorpião, fazendo aspectos tensos com outros planetas, e isto indicava uma tendência a ter uma mãe possessiva e poderosa. Ele mostrou-se aliviado, e disse:

- Eu sabia que esta história da minha mãe não largar um minuto do meu pé, não tinha como me fazer bem.

Ele interrompeu a terapia no momento em que conseguiu uma transferência no trabalho para outro estado e foi morar sozinho.

Seis meses depois ele me ligou apavorado, dizendo que ele não conseguiu evitar que sua mãe vendesse tudo e se mudasse para a mesma cidade que ele.

Eu disse:

- Mas, não se esqueça que ela é leonina, mas você também é, e agora você está no seu próprio reino, e não no dela.

Signo Leão

O signo de Leão representa a energia que nos faz reconhecer “que eu sou eu”, a força do Ego. Mas, a pessoa pode ser leonina e sentir que tem um Ego fraco. Por exemplo:

Certa vez, olhei para a porta do meu consultório e vi um jovem negro, alto, forte, com porte leonino, ele entrou, sentou e me disse:

- Eu vim procurar você, porque fui num astrólogo e ele me disse que sou Leão, ascendente Áries, signos de fogo, portanto tenho muita energia, sou autoconfiante, com tendência a ser líder, e eu não sou nada disso, ao contrário, tenho medo de tudo, medo de errar, no trabalho precisam que digam o que eu devo fazer, senão eu fico perdido, tenho muito sono. Eu queria descobrir porque eu sou assim.

Eu respondi:

- O astrólogo tem razão, é muito estranho, mas fale mais sobre você, conte-me sua história.

No transcorrer do processo terapêutico ele contou que era filho de uma mãe leonina, solteira, que fazia o possível e o impossível para que ele não saísse debaixo de suas saias.

Olhei o mapa astral e mostrei a ele que a Lua estava no signo de Escorpião, fazendo aspectos tensos com outros planetas, e isto indicava uma tendência a ter uma mãe possessiva e poderosa. Ele mostrou-se aliviado, e disse:

- Eu sabia que esta história da minha mãe não largar um minuto do meu pé, não tinha como me fazer bem.

Ele interrompeu a terapia no momento em que conseguiu uma transferência no trabalho para outro estado e foi morar sozinho.

Seis meses depois ele me ligou apavorado, dizendo que ele não conseguiu evitar que sua mãe vendesse tudo e se mudasse para a mesma cidade que ele.

Eu disse:

- Mas, não se esqueça que ela é leonina, mas você também é, e agora você está no seu próprio reino, e não no dela.

23 de abril de 2011

Menina interior

Quando conhecemos uma mulher forte, decidida, profissional, dona de casa, que cuida dos seus filhos, é difícil imaginarmos que no fundo ela se sinta uma menina, mas é o que acontece com muitas mulheres. São mulheres que agiam como menina até o momento em que viveram situações extremamente difíceis que a obrigaram a desenvolver sua força masculina interior, a reconhecer o seu próprio potencial e saírem para a luta. São aquelas mulheres que depois de dias intensos de trabalho adoram andar descalças, nadar, olhar o céu estrelado, correr pelas ruas sem se preocupar com os perigos da vida.

Essas mulheres procuram não mostrar seu lado menina para as pessoas, com medo de serem consideradas fracas, mas adorariam que seus parceiros reconhecessem esse seu lado e cuidassem dela quando necessário.

No mito grego essas mulheres são representadas pela Deusa Perséfone que casou-se com o deus Plutão; na Astrologia pelo eixo Touro – Escorpião

16 de abril de 2011

Outro dia no shopping

Outro dia, quando eu me queixava de um intervalo de três horas entre dois atendimentos, um amigo me disse: “Porque você não aproveita o intervalo e faz como toda mulher – vai passear no shopping?” A idéia me pareceu estranha. Minha relação com shoppings foi sempre estritamente utilitária – só piso em shopping quando preciso. Apesar disto, resolvi seguir o conselho. Ao chegar ao shopping, tentei olhar para ele como se fosse pela primeira vez: vi mulheres circulando por corredores iluminados, o imenso pé alto, as colunas gigantescas, tudo limpo e enorme como numa catedral, e pensei – isto é mesmo um templo do consumo, e as mulheres são suas principais sacerdotisas. Sentei para tomar um café e fiquei pensando com meus botões. E porque não? Eles movimentam a economia, geram empregos e, portanto, diminuem a miséria. E as mulheres que vem aqui consomem porque querem consumir. Mas será? Será que “querem” mesmo? E aí está o nó da questão. A mulher moderna caiu numa armadilha. Entrou no mercado de trabalho como um furacão, sem muita consciência de que assim estava dobrando sua carga de trabalho, e hoje vive em função do que “tem” de fazer. Entre as obrigações com a casa e o escritório, não se sente mais autorizada a fazer o que “quer”- não tem tempo. Até a visita ao shopping se torna uma obrigação. Enquanto ir ao shopping é um “querer,” por que não? Mas o perigo de freqüentar qualquer templo é cair no fanatismo, e esta forma de fanatismo pós-moderno leva as mulheres a esquecer que há outras formas de “relaxar” além de consumir. O parque, a casa de uma amiga, uma tarde tranqüila lendo em sua casa ou brincando com seus filhos, tudo isso são formas de relaxar, ao menos tão agradáveis como uma visita ao shopping. E podem evitar problemas com o cartão de crédito no fim do mês.

10 de abril de 2011

Feminino - Masculino

Na Astrologia, Marte, no mapa de uma mulher, representa um aspecto do masculino, a força e o dinamismo, Saturno, porém, representa outro aspecto do masculino: é o pai severo que vive dentro de nós, ele exige trabalho, cumprimento das obrigações, senso de responsabilidade, etc.

Na sociedade moderna muitas vezes vivemos com a sensação de não darmos conta de tudo que precisamos fazer, a mesa do escritório nunca está vazia, a casa nunca está como gostaríamos, mal conseguimos dormir pensando em tudo aquilo que precisamos fazer no dia seguinte.

Não é possível ignorarmos Saturno, mas precisamos aprender a negociar com ele. Um exemplo de negociação interior é ao invés de só fazermos a lista daquilo que falta fazermos, fazer uma lista de tudo que já fizemos.

A energia oposta e complementar à de Saturno é a energia da Lua, a Grande Mãe.

Às exigências que Saturno, o pai severo, nos faz, vêm se somar, na mulher moderna às exigências da Grande Mãe. Hoje, a mulher chega em casa depois de um dia exaustivo de trabalho e pergunta ao marido: você já tomou banho, já escovou os dentes, tomou o remédio, passou no mecânico?, etc. E o homem, que já passou o dia torturado por suas obrigações, sente-se como um menino sufocado pelas garras da Grande Mãe.

Marie Louise von Franz dizia que a mulher tem de agir como mãe somente quando trata com crianças ou pessoas doentes – raramente com marido que vende saúde.

2 de abril de 2011

O Feminino

Sonia, 30 anos, uma mulher ativa, dinâmica, em plena ascensão profissional numa grande empresa, veio me procurar por seu casamento estar em crise. Ela contou o seguinte sonho: “Era apenas uma cena: uma mulher muito bonita e sensual, nua, amarrada sobre uma mesa, e eu não sabia como ajudá-la a se soltar.”

Para entender esse sonho é preciso lembrar que existe um jogo de forças opostas e complementares, o masculino e o feminino. Na astrologia essa polaridade é representada pelos signos de Áries e Libra, na mitologia grega, por Ares e Afrodite.

O sonho revelava que o lado feminino de Sonia estava preso e ela precisava encontrar uma maneira de libertá-lo.

Sonia passava o dia tomando decisões, resolvendo problemas, participando de reuniões; ao chegar em casa continuava agindo como se estivesse na empresa. Em suma, seu lado masculino estava sempre ativo e sua feminilidade amarrada.

Ela me disse: estou me esforçando para ser mais feminina, por exemplo, no sábado meu marido em convidou para ir ao cinema e escolher um filme, então eu falei que não sabia que filme eu queria ver, mesmo sabendo.

Vejam que quando o masculino domina, como hoje, a tendência é ressaltarmos as qualidades do masculino e o aspecto inferior do feminino. Quem disse que ser feminina significa ser indecisa?

A deusa Afrodite nos dá dicas do feminino, e podem ter certeza de que indecisa, chorona, passiva, “maria vai com as outras”, ela não é.

26 de março de 2011

O planeta Marte

Atualmente vários planetas estão no signo de Áries, regido pelo planeta Marte. Seu significado simbólico é semelhante ao Deus Ares na mitologia grega. Lembram-se dele? Ele era o deus da guerra, da dança, amante ardente de Afrodite, aquele que age primeiro e pensa depois.

Basta vermos os noticiários para observarmos esta energia: revoluções no norte da África e no Oriente Médio, a catástrofe no Japão (a mãe terra em revolução), etc.

Esta energia marciana não está presente somente hoje, nos meus 30 anos de experiência como psicóloga, ouço relato de grandes profissionais e reconheço o quanto o mercado de trabalho tem nos exigido cada vez mais que despertemos essa energia: precisamos correr, correr, agir, agir, tomar decisões rápidas, que não nos deixa tempo para pensarmos antes de agirmos. Depois de um dia intenso de trabalho, nós chegamos em casa em “chamas”, como se um fogo percorresse por nossos corpos, e não conseguimos relaxar. Vivemos em uma constante guerra interna, correndo o perigo de “espanarmos a máquina”, porque o corpo humano não agüenta tanta aceleração. É uma energia que aumenta nossa quantidade de produção, mas nem sempre a qualidade. Nessa corrida desenfreada a tendência é esquecer de cuidar de nossas relações, de nossa vida pessoal.

Mas, não podemos esquecer que podemos controlar essa energia dentro de nós, permitindo que ela nos leve a dar um pontapé inicial nos nossos novos projetos, que nos dê energia para realizá-los. Não podemos esquecer que Ares (Marte) era um ardente amante e vivia seus prazeres com intensidade; assim, porque não canalizarmos essa energia para o corpo, fazendo amor, dançando, fazendo esportes, e principalmente curtindo o fato de estarmos vivos?