óleo s/tela - Petia |
Outro
inimigo que o guerreiro (todos nós) encontra em seu caminho é a velhice.
Vivemos
nossas vidas com a sensação de sermos imortais, até o momento em que vamos ao
médico reclamar de alguma dor e ele nos diz: isso é normal em sua idade. A
verdade é que as mudanças em nossos corpos são tão lentas que mal notamos, a
gente continua se vendo por dentro como sempre foi – são os outros que notam
que envelhecemos.
Certa
vez eu disse para uma mulher de 20 anos: Nossa! Como o tempo passa depressa!
Ela respondeu-me: minha mãe também diz isto. Fiquei surpresa, pois pensei que
era uma sensação comum a todos e não um sinal de velhice. Lembrei-me das palavras de um personagem de Gabriel
Garcia Marques ao completar 90 anos: “...comecei a medir a vida não pelos anos,
mas pelas décadas. A dos cinqüenta havia sido decisiva porque tomei consciência
de que quase todo mundo era mais moço que eu. A dos sessenta foi a mais intensa
pela suspeita de que já não me sobrava tempo para me enganar. A dos setenta foi
temível por uma certa possibilidade de que fosse a última.”
A
velhice nos traz a consciência de que somos mortais e que, portanto, não
podemos deixar que pequenos incômodos e contrariedades nos impeçam de
aproveitar o tempo que nos resta e ser felizes.